Atravessando o abismo – estratégias de marketing para produtos inovadores.


abismo (Foto: Reprodução)

Vamos analisar primeiro as duas “falhas”. A primeira se dá pela diferença de motivos que os inovadores e os earlyadopters aderem às novas tecnologias: enquanto o primeiro grupo gosta de experimentar e tentar algo novo por que é interessante, legal e diferente; o segundo precisa ver um objetivo específico no uso da tecnologia.  A segunda “falha” se dá na adoção da tecnologia pela primeira maioria e os atrasados. O segundo grupo normalmente não está disposto a se tornar tecnologicamente apto para absorver novos recursos, o que causa uma lacuna entre a adoção da maioria e aqueles mais conservadores, que só irão abraçar uma nova tecnologia quando for consideravelmente fácil fazê-lo, sem esforços de mudança ou a necessidade de novas habilidades.
Finalmente chegamos ao abismo, o grande desafio de crescimento para qualquer inovação. Como saltar de um pequeno grupo de entusiastas para a massa crítica do mercado, criar volume, e entrar para o seleto time de game changers? Como romper a barreira dos early adopters e fazer parte da massa?
Novamente, é importante entender a diferença de comportamentos entre os dois grupos de consumidores (early adopters e early majority):enquanto o primeiro é mais arrojado, antenado e entende que bugs e fracassos fazem parte do jogo, o segundo quer algo evolutivo, uma transição suave, quer aperfeiçoar produtos e processos e não tolera problemas.
A solução apontada por Geoffrey Moore em seu livro é uma estratégia “Dia-D”, inspirada na manhã de 6 de Junho de 1944, quando as tropas aliadas focaram todos seus esforços nas praias da Normandia, França, para conseguir romper as barreiras Nazistas. Esta estratégia para cruzar o abismo consiste em quatro macro-táticas
Mirar o ponto de ataque – aqui segmentação é a palavra-chave: foque todos seus esforços para se tornar um peixe grande em um lago pequeno. Para isso é necessário entender os consumidores, suas razões para comprar seu produto, definir um segmento onde há boas chances de vitória e que permitirá o avanço para novos segmentos;
Montar a força de invasão – uma vez definido o segmento, você precisa estar com um produto “matador”, que solucione os problemas desses clientes e ataque diretamente a razão pela qual eles comprariam seu produto. Foque em alianças e parcerias para fortalecer seu produto e procure quem pode abrir portas essenciais ao seu negócio (mapeie distribuidores, fabricantes de produtos complementares, etc.);
Definir a batalha – meça a competição e se posicione. Foque em ser o líder do segmento, seja claro em quem irá usar seu produto, para que e por que ele é melhor que a competição.
Lançar a invasão! – o foco agora é preço e distribuição, monte sua estratégia comercial e conquiste a praia! Digo, o segmento escolhido…
Tão importante quanto inovar é saber como levar sua inovação ao mercado. O cemitério está repleto de grandes inovações que não souberam evangelizar seus consumidores. Um erro frequente está em não entender o ciclo de adoção e ajustar a estratégia para isto. Espero que com este texto, baseado no mestre Geoffrey Moore, tenha auxiliado você, empreendedor, a criar uma estratégia vencedora rumo ao sucesso nesta guerra da inovação.
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Fonte: http://revistapegn.globo.com/Colunistas/Francisco-Jardim/noticia/2014/01/cruzando-o-abismo.html